A quarta edição da Meia Maratona SportZone do Porto e Gaia, que teve lugar na manhã deste domingo, constituiu mais um êxito que atesta o crescimento da prova, o qual foi presenciado em todo o país graças à transmissão em directo pela RTP 1.
As condições de tempo prevalecentes também ajudaram à festa, que envolveu 11600 pessoas nas várias vertentes do evento, com destaque para a prova curta de 5km, dado que dois dias de temporal desfeito que se abateu sobre a Invicta, Gaia e arredores, deram lugar a uma manhã sem chuva, amena que baste e apenas com um pouco de vento, prejudicial aos fundistas mas natural num percurso ribeirinho de rara beleza.
A corrida masculina, de um ponto de vista técnico, superou bastante a feminina mas a hipótese de se descer da hora na meta situada no Jardim do Calem/Fluvial voltou a fintar a organização. Foi de novo por pouco, pois 60m09s acabaram por ditar o vencedor, e terá sido pela última vez que isso aconteceu, acredita-se, pois quando esse marco cair o recorde da Meia Maratona SportZone dará o grande salto em frente.
Stephen Kibet sucedeu assim a nomes mágicos, e dois campeões olímpicos, o queniano Samuel Wanjiru e o etíope Haile Gebrselassie, como vencedor da prova.
Esta começou logo com forte ritmo que se manteve assaz constante ao longo de todo o percurso e que ditou desde logo que apenas Rui Silva, de entre os portugueses, conseguisse acompanhar os leste africanos. O sportinguista viria a descolar antes dos dez quilómetros e acabaria por fazer todo o resto da prova sozinho, numa posição incómoda, porque exposto ao vento, mas não esmoreceu e terminou bem.
Na frente ficou um trio queniano, composto por Stepehn Kibet, Kiplimo Kimutai e Mathew Kisorio, e seria Kimutai, recente segundo na Great North Run, quem primeiro cederia. Numa longa luta na recta final Kibet, mesmo com um ligeiro engano no percurso nesses metros finais, foi o mais forte face a um Kisorio que ostenta um máximo pessoal na légua a menos de 13 minutos e ficava com os 60m09s, que se quedaram a cinco segundos do recorde da prova de 2009 de Gebrselassie , e batia o máximo pessoal.
Em segundo Kisorio fazia mais um segundo que o seu compatriota e também estabelecia a sua melhor marca oficial enquanto Kimutai era terceiro com 61m00s, adiante de um outro queniano, Julius Rotich (61m18s), enquanto o maior candidato ao triunfo antes do tipo de partida, o também queniano Samuel Kosgei, era quinto com 61m24s.
Em sétimo lugar Rui Silva culminava em 63m00s exactos e batia por mais de minuto e meio o seu melhor tempo na distância dos 21097m, estabelecido precisamente na meia Maratona SportZone do ano passado.
Relevante foi também o nono lugar do madeirense Alberto Paulo, correntemente o melhor especialista português de obstáculos, com o prometedor tempo de 63m59s. Terceiro português foi Jorge Santa Cruz, agora em representação do Benfica, em 12º com 67m06s.
Na prova feminina si venceu a principal favorita, a etíope Berhane Adere impôs a sua maior velocidade terminal na derradeira recta da prova para ganhar com 73m49s e impedir um terceiro triunfo seguido da queniana Pamela Chepchumba (73m52s), que de resto ainda foi remetida para terceira pela queniana Monica Wangari (73m54s).
Fernanda Ribeiro, apesar de ter ainda pouco tempo de preparação após o problema ocorrido na maratona dos Europeus de Barcelona, foi sempre com a frente da corrida praticamente até ao último quarto da mesma e acabaria por chegar em quinta com 75m52sm, cumprindo o tempo para ela previsto antes do tiro de partida pelo seu técnico João Campos.
Doroteia Peixoto, resta época no NA Joane, foi sexta com 77m00s e a terceira portuguesa, no sétimo posto, seria a veterana Rosa Oliveira, com 83m19s. Mas outra grande atleta de um passado recente foi ainda capaz de correr em 85m10s, mesmo com pouco treino, mostrando que quem sabe não esquece – a campeoníssima Manuel Machado foi nona, representando o seu clube, o Cyclones.
